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Um dia de cada vez

Olá! J

Não sei em que momento você está tendo acesso a este texto, mas me deixe lhe contar o momento no qual o escrevi…estamos vivemos uma tal pandemia que só veio a confirmar uma frase muito dita: tudo vem da China… Parece que é verdade, pois de lá veio, inclusive, um vírus….

Realmente acredito que em tudo que ocorre há um propósito maior do que imaginamos… e esta situação não seria diferente.

Se a dúvida era algo que nos deixava desconfortável, hoje ela é nossa maior visitante… e mesmo que coloquemos a vassoura atrás da porta* ela insiste em não ir embora.

Então, o que fazer? Acho que a melhor opção foi parar, dar atenção e escutar melhor o que esta visita tinha a me dizer… aos poucos fui percebendo que esta visita indesejada era, na verdade, um presente… uau!… ela foi me ensinando sobre o que mais me incomodava: não era a sua presença, mas  sim, a falta de respostas que tinha diante de sua presença.

Perguntas estas que algumas delas, nunca tive a necessidade de pensar a respeito como:

Será que posso encontrar com as pessoas que amo?

Será que posso ir ao supermercado?

Será que posso sair para trabalhar?

Será que terei dinheiro para honrar meus compromissos?

Será, será, será…… coisas que eram banais em nosso cotidiano. Nunca imaginei que um dia, ao invés de simplesmente fazer, teria que parar para pensar a respeito….

Quando percebi, me visualizei em um grande prédio cheio de portas fechadas,  e cada porta tinha uma placa com, além dessas perguntas, diversas outras… o que está acontecendo? Aí apareceu mais uma porta com a placa: Será que estou viva?

Neste momento não me contive, corri e abri logo esta porta, pois assim me pouparia de tanta angústia e ansiedade por falta de respostas… Ao abri-la, havia várias telas que apresentavam filmes da minha vida e como a estava levando ultimamente… A ansiedade, aliás, é um dos males desse século, que precisamos saber como combater, antes que sejamos nocauteados por ela. Controlar a ansiedade é fundamental para nossa saúde mental. 

Eu era livre para encontrar as pessoas que amo, mas, ou não tinha tempo ou estava cansada demais para encontrá-las.

Para mim, ir ao supermercado costumava ser um prazer… eu passeava entre as gôndolas, via o que tinha de novo e planejava comidas deliciosas para meus amados. No entanto, isso já havia deixado de ocorrer há um bom tempo, pois eu estava envolvida demais com problemas e só ia ao supermercado para comprar rapidinho o que faltava em casa… será que era por isso que eu não estava mais gostando da minha comida? Será que era por isso que não tinha mais prazer ao cozinhar?

Percebi que sempre amei trabalhar em casa, estar no meu aconchego, no meu computador, na minha mesa, no meu cantinho… e agora, as pessoas podiam fazer isso… 

Dinheiro? Este é um quesito interessante e sempre foi muito incerto… independentemente do quanto se tem, nunca sabemos se o teremos amanhã… quantas vezes ao longo da história aconteceu de pessoas que não precisavam se preocupar com dinheiro, um o terem como sua maior preocupação?

Por mais que eu tenha trabalhado muito ao longo da minha vida, eu nunca pude ter a certeza que um dia este quesito estaria totalmente suprido… então, o que mudou de fato?

Mudou que eu percebi que o ontem não me pertence mais, o que foi feito, foi feito… que o amanhã ainda não me pertence, pois eu posso não estar lá….

A única coisa que tenho é este segundo… opa!… não me pertence mais, ele acabou de passar e não retornará!

Por isso, quero compartilhar algo contigo, decidi não abrir mais nenhuma porta de dúvida… elas deixaram de existir? Acho que não, mas decidi não permitir mais que elas roubem o meu tempo de vida… viverei um dia de cada vez, vou fazer o que for possível fazer da melhor maneira, para que assim, eu possa viver por inteiro e apreciar tudo de melhor que vida tem a me oferecer.

Vou apreciar ainda mais minha companhia para saber aproveitar a companhia de outros.

Vou cozinhar amor, para que assim eu possa saboreá-lo.

Vou trabalhar com o compromisso ainda maior de ajudar a transformar o mundo em um lugar melhor para todos.

Vou viver um dia de cada vez intensamente, inclusive, quando eu puder não fazer nada…. vou viver esse nada intensamente….

Aaai, aaaai, fica tão leve…. Ummm – Diiia – De – Caaaaaada – Veeeezz…

Que tal? J

Realmente desejo que as batidas de nossos corações possam se transformar em  grandes orquestras para o espetáculo de nossas vidas!

* Há um ditado popular que quando temos uma visita indesejada, colocamos uma vassoura atrás da porta de saída que logo logo a visita vai embora.

J Cibele Andrade Ribeiro
Publicado por www.educamundo.com.br

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