A Hipertensão Arterial Sistêmica, ou pressão alta, é definida pelo aumento persistente dos níveis pressóricos. Durante o funcionamento normal do sistema circulatório, o sangue gera uma pressão contra a parede dos vasos à medida que circula pelo corpo. Esta pressão é dividida em duas forma: sistólica (máxima) e diastólica (mínima). A primeira ocorre durante a contração do coração, e a segunda no seu relaxamento. Quando um indivíduo tem valores sustentados maiores ou iguais que 140 mmHg (pressão sistólica) e/ou 90 mmHg (pressão diastólica), o popular 14 por 9, é considerado hipertenso.
Apesar dos esforços para o controle da hipertensão arterial, ela continua sendo uma condição de difícil manejo e que traz consequências graves à saúde de boa parte da população. A sua prevalência ainda varia bastante, mesmo dentro de um único país. No Brasil, de acordo com a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial as regiões com o maior número de hipertensos por habitantes são, em ordem crescente: Centro-Oeste (21,2%), Sul (22,9%) e Sudeste (23,3%).
Um dos agravantes da hipertensão é a ausência de sinais clínicos, na maior parte dos casos não há sintomas de pressão alta, e, quando aparecem, são resultado do comprometimento de algum órgão. Os órgãos mais afetados são coração, cérebro, olhos e rins, e os sintomas mais comuns são: dores de cabeça, enjoo, falta de ar, agitação e visão borrada.
A falta de sintomas nas fases iniciais somada à desinformação faz com que muitos pacientes não tenham uma boa adesão ao tratamento, colocando em risco a sua saúde. Enquanto a população não estiver conscientizada sobre a gravidade da hipertensão arterial, todo o arsenal terapêutico que temos hoje disponível, não será suficiente para o seu controle.
Neste sentido, é fundamental que o profissional de saúde esteja preparado para transmitir as informações referentes à doença de forma clara, objetiva e sempre respeitando a realidade em que o indivíduo está inserido.
Um estudo de revisão sobre o papel educativo do enfermeiro na adesão ao tratamento da hipertensão, publicado em 2014, mostrou que muitos dos fatores que interferem no seguimento do tratamento prescrito podem ser modificados com medidas educativas simples, durante as consultas de enfermagem. Este exemplo pode ser facilmente estendido a todos os outros profissionais que participam da assistência à saúde dos Hipertensos. Os cursos online podem ser uma importante ferramenta na capacitação dos que necessitam desempenhar esta função.
Neste artigo, trouxemos algumas informações que fazem parte do Curso Online Hipertensão Arterial, para você dar o primeiro passo na busca por qualificação no manejo de pacientes hipertensos ou com risco de desenvolver essa condição.
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Medidas efetivas no tratamento da Hipertensão Arterial (Pressão Alta)
Metas pressóricas
Para hipertensos, as metas pressóricas mais tradicionais, e adotadas pela 7ª Diretriz Brasileira de hipertensão arterial, são <140 por 90 mmHg. Apesar de documentos oficiais internacionais incentivarem uma redução ainda maior da pressão arterial nestes indivíduos, os especialistas brasileiros mantêm a meta de <140/90 mmHg pelo seu alto grau de evidência na redução do risco de morte por doenças cardiovasculares. A exceção fica por conta dos pacientes classificados no estágio 1 da hipertensão arterial e com risco cardiovascular elevado, nestes a meta pressórica passa a ser <130/80 mmHg ou ainda mais baixas, dependendo de complicações pré-existentes.
Abordagem terapêutica
A abordagem terapêutica na pressão alta tem o objetivo de reduzir os níveis pressóricos e prevenir complicações cardiovasculares e renais. Para isso, são adotadas medidas medicamentosas e não medicamentosas, isoladas ou associadas. Entenda melhor cada uma delas abaixo:
Tratamento medicamentoso
Além do controle da pressão arterial, os medicamento anti-hipertensivos devem ser capazes de reduzir a morbimortalidade por eventos cardiovasculares em hipertensos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a indicação depende sempre de cada caso, sendo priorizados os medicamentos com comprovado benefício na proteção cardiovascular. Atualmente, os anti-hipertensivos disponíveis para o tratamento da hipertensão arterial podem ser divididos em seis diferentes grupos:
Diuréticos
Inibidores adrenérgicos
Vasodilatadores diretos
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA)
Bloqueadores dos canais de cálcio
Bloqueadores dos receptores da angiotensina II
Inibidores diretos da renina
Características de cada classe de anti-hipertensivo
Diuréticos
O primeiro mecanismo de ação deste grupo é a diminuição do volume extracelular, com posterior redução da resistência vasculares periférica. Dois diuréticos podem ser usados no controle da hipertensão arterial: tiazídicos e de alça. Os primeiros devem ser a principal escolha dos profissionais, pois sua ação é mais suave e duradoura. Já os de alça devem ser usados quando há associação com insuficiência renal e cardíaca. Um efeito indesejado destes medicamentos é o aumento da excreção de potássio, por isso, dependendo do caso clínico, pode haver prescrição combinada com poupadores de potássio.
Inibidores adrenérgicos
São divididos em: de ação central, alfabloqueadores e betabloqueadores. Os dois primeiros apresentam baixa eficácia como monoterapia, enquanto o terceiro é capaz de reduzir a pressão arterial e o risco cardiovascular, mesmo quando administrado sozinho. O principal mecanismo regulatório dos inibidores de ação central é a redução da atividade do sistema nervoso simpático. As suas reações adversas mais comuns são sonolência, sedação, fadiga, disfunções sexuais, hipotensão postural e boca seca.
Os alfabloqueadores, por sua vez, reduzem a resistência vasculares periférica, com melhora discreta do perfil glicídico e lipídico, e nos sintomas da hipertrofia prostática benigna. Como efeito adverso, estes medicamentos podem provocar hipotensão no primeiro uso. É comum, também, o desenvolvimento de tolerância, exigindo um aumento progressivo da sua dose. Os betabloqueadores agem através da redução inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, promovendo a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Broncoespasmo, bradicardia, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão, astenia e disfunção sexual são as principais reações adversas.
Vasodilatadores diretos
Estes medicamentos agem diretamente no relaxamento da musculatura lisa arterial, com consequente redução da resistência vascular periférica. Os efeitos adversos dependem do anti-hipertensivo escolhido, podendo haver cefaléia, flushing (pele avermelhada, calor e coceira), taquicardia reflexa, anorexia, náusea, vômito e diarreia. No caso do minoxidil é frequente o aparecimento de hirsutismo, cuja principal manifestação é o crescimento excessivo de pelos.
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA)
Os inibidores de ECA, como o nome já diz, agem inibindo a atividade desta enzima que converte a angiotensina I em angiotensina II, cuja ação é vasoconstritora. Estes medicamentos são altamente eficazes na proteção cardiovascular e renal em hipertensos. Apesar de bem tolerados, 5 a 20% dos pacientes podem apresentar tosse seca com o seu uso. Quando utilizados na gravidez, aumentam o risco de complicações fetais. Por isso, deve haver uma atenção especial para adolescentes e mulheres em idade fértil que fazem uso destes medicamentos.
Bloqueadores dos canais de cálcio
Estes medicamentos diminuem a concentração de cálcio nas células musculares lisas das arteríolas, reduzindo a resistência vascular periférica. Seu efeito adverso mais comum é o edema maleolar. Cefaléia latejante e tontura também ocorrem com certa frequência.
Bloqueadores dos receptores da angiotensina II
A angiotensina II, como já foi dito neste artigo, tem efeito vasoconstritor. O mecanismo regulatório deste medicamento é justamente a inibição da ação da angiotensina através do bloqueio de receptores AT1. Os anti-hipertensivos desta classe têm eficácia comprovada na proteção cardiovascular e renal. São raras as reações adversas relacionadas a estes fármacos, sendo que entre as descritas estão exantema e tontura. Assim como os inibidores de ECA, seu uso é contraindicado na gravidez.
Inibidores diretos da renina
Há apenas um medicamento deste grupo, o Alisquireno. Ele age promovendo a inibição direta da renina, diminuindo a formação de angiotensina II. Apesar de comprovado benefício na diminuição da pressão arterial, não há evidências sobre a sua capacidade de reduzir a morbimortalidade. Rash cutâneo, diarreia, aumento de creatinofosfoquinase (CPK) e tosse podem aparecer, embora sejam muito raros. Seu uso também é contraindicado na gravidez.
Tratamento não medicamentoso
Controle de peso
O aumento do peso corporal está fortemente associado ao aumento da pressão arterial. Assim como a redução de peso é capaz de reduzir os níveis pressóricos. Segundo as diretrizes da American College of Cardiology, devemos priorizar o peso ideal do indivíduo, calculado com base na sua altura e idade. Entretanto, qualquer redução de peso é válida, estima-se que a cada 1kg perdido, haverá redução de 1 mmHg.
Atividade física
A prática de exercícios físicos regulares é uma medida importante na prevenção e controle da pressão alta e outros fatores de risco cardiovascular. Os especialistas da Sociedade Brasileira de Cardiologia afirmam, com base em estudos já publicados, que o treinamento aeróbico é o mais recomendado para este fim, enquanto os exercícios resistidos dinâmicos ou isotônicos são capazes de reduzir a pressão arterial de pré-hipertensos, mas não de hipertensos.
Estratégias nutricionais
Um consenso entre especialistas do mundo todo é a adoção da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) na prevenção e tratamento da hipertensão arterial. Neste padrão dietético é enfatizado o consumo de frutas, hortaliças, fibras, minerais, laticínios com baixos teores de gordura, carnes brancas e oleaginosas. Enquanto carne vermelha, doces e bebidas com açúcar devem ser evitados. Outra medida importante no controle da pressão arterial é a redução da ingestão de sódio. As mudanças nos padrões alimentares da população nas últimas décadas fizeram com que o consumo de sódio aumentasse consideravelmente. Entre os brasileiros, a quantidade de sódio ingerida diariamente é duas vezes maior que o recomendado pela OMS (2g/dia).
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Interrupção do tabagismo
A interrupção do tabagismo é uma medida prioritária na prevenção de desfechos cardiovasculares. Entretanto, não há evidências suficientes de que isso seja capaz de reduzir a pressão arterial.
Controle do estresse
Além de predispor à hipertensão, o estresse pode atuar como uma barreira na adesão ao tratamento. A Diretriz Brasileira de hipertensão, aponta uma tendência de redução da pressão arterial através de técnicas de controle do estresse, como psicoterapias comportamentais, meditação, biofeedback e relaxamento. Estas medidas parecem auxiliar no tratamento da hipertensão arterial isoladas ou em conjunto.
Prevenção da Hipertensão Arterial
A hipertensão afeta uma boa parcela da população, e, como já sabemos, representa um grande impacto nas taxas de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares em todo o mundo. Infelizmente, os sintomas de pressão alta só aparecem quando a doença já está avançada, portanto, o diagnóstico precoce ainda é um desafio. Diante deste problema silencioso, justifica-se o incentivo a estratégias de grande alcance populacional, priorizando a sua prevenção. As medidas preventivas da pressão alta envolvem, principalmente, a conscientização sobre a doença e o incentivo à adoção de hábitos saudáveis.
Abordagem multiprofissional
A abordagem multiprofissional promove melhor controle da hipertensão arterial. Esta vantagem está associada a uma maior adesão ao tratamento, tanto medicamentoso quanto não medicamentoso. Fazem parte da equipe multiprofissional médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, professores de educação física, farmacêuticos, agentes comunitários de saúde e funcionários administrativos. Para conhecer melhor a sua função na área, acesse nosso Curso Online Hipertensão Arterial.
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Novas estratégias terapêuticas
A busca por novas estratégias de controle da hipertensão arterial é constante. Apesar de muitas terem alcançado um bom nível de evidência, elas ainda são consideradas experimentais. Dentre os métodos mais promissores está o sistema Rheos, um dispositivo implantado cirurgicamente, que age estimulando os barorreceptores carotídeos (receptores especializados em detectar o aumento da pressão), possibilitando o controle dos níveis pressóricos.
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