O autismo, cujo nome oficial é Transtorno do Espectro Autista (TEA), é composto por uma série de condições que comprometem a comunicação, a linguagem, a interação social e o estreitamento de atividades e interesses. É também caracterizado pela repetição de movimentos. 

Tem início na infância e, normalmente, continua na adolescência e na idade adulta. É um transtorno para o qual ainda não tem cura, sendo tratado por meio de programas de treinamento de habilidades, por cuidadores, pela família e por tratamento comportamental.

Há, no entanto, uma série de estudos, pesquisas e testes em cima de substâncias que consigam, pelo menos, amenizar os sintomas do transtorno.

Uma dessas substâncias foi testada por pesquisadores brasileiros e apresentou resultados significativos. Trata-se da proteína GRP, envolvida no processo de digestão.

O que é a GRP e como funciona?

A proteína estava sendo estudada em um hospital em Porto Alegre, capital gaúcha. Mas, os estudos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre baseavam-se no uso da substância como um possível recurso terapêutico contra o câncer, então a descoberta de que poderia ser usada no tratamento ao autismo foi por acaso.

Os pesquisadores notaram que a proteína também impactava no sistema nervoso.

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Segundo o médico Gilberto Schwartsmann, chefe do Serviço de Oncologia do hospital gaúcho, o que chamou sua atenção foi que áreas do sistema nervoso também possuem elevadas concentrações de receptores que ligam GRP.

Schwartsmann explicou que esses receptores induzem os mecanismos de memória associada às experiências afetivas e que o surgimento de doenças afetivas ocorreria se eles não funcionassem bem. A hipótese foi confirmada por meio de testes em cobaias.

 “O bloqueio do estímulo pelo GRP nas áreas de retenção de memórias de experiências afetivas produzia um quadro de isolamento social e afetivo muito semelhante ao que pode ser observado em diversas doenças afetivas, incluindo o autismo”, afirmou Schwartsmann.

A partir dessa constatação, foi iniciado o trabalho baseado nessa linha de pesquisa, a fim de fornecer as doses adequadas de GRP para atenuar os sintomas do transtorno, estimulando o efeito da proteína para beneficiar pacientes com doenças neuropsiquiátricas, que apresentam sintomas de isolamento social e distúrbios do afeto.

Segundo os especialistas, houve melhora na hiperatividade, na irritabilidade e nos movimentos repetitivos, normais em casos de autismo.

O primeiro estudo foi realizado com três autistas. Depois, 23 pacientes receberam doses injetáveis e foram observados. Após 10 dias do término do efeito da substância, eles voltaram a seus comportamentos anteriores.

A ideia era expandir os estudos a um número maior de crianças com autismo, para confirmar se todos teriam os mesmos resultados e confirmar definitivamente a eficácia da proteína.

O pedido de patente da droga foi submetido no Brasil e em órgãos internacionais. Laboratórios brasileiros também já demonstraram interesse em desenvolver o medicamento.

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O autismo, por exemplo, é um tema importantíssimo e profissionais de diversas áreas precisam conhecer mais sobre o transtorno a fim de ajudar com as necessidades especiais dessas crianças, promovendo a inclusão escolar e social.

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