Sempre que o assunto é educação especial, nosso primeiro impulso é abordar as deficiências – física e intelectual –, os transtornos globais do desenvolvimento e o transtorno do espectro autista, deixando de lado as altas habilidades.
Essa outra condição, as altas habilidades, também chamada de superdotação, é, muitas vezes, difícil de ser diagnosticada.
Primeiro, porque é muitas vezes confundida com hiperatividade ou outro distúrbio de aprendizagem. Segundo, porque, no geral, ainda se tem a ideia de que a criança deve ser um gênio – o que é um mito que já vem sendo derrubado.
Para saber mais, abordamos a seguir alguns tópicos principais sobre altas habilidades/superdotação (AH/SD). Continue sua leitura e conheça um pouco mais sobre esse universo, como os tipos de superdotação, em crianças com altas habilidades, quais características etc.
O que é altas habilidades e superdotação?
Altas habilidades e superdotação é a capacidade de um indivíduo apresentar desempenho significativamente acima da média em uma ou mais áreas, como intelectual, acadêmica, criativa, artística, ou em habilidades de liderança.
Essas pessoas, frequentemente chamadas de superdotadas, possuem uma facilidade incomum para aprender, resolver problemas e criar soluções inovadoras em suas áreas de interesse.
Indivíduos com altas habilidades e superdotação costumam demonstrar uma curiosidade intensa, pensamento crítico e capacidade de compreender conceitos complexos de forma rápida e eficiente. Além disso, sua criatividade e inovação os destacam em diversas áreas do conhecimento ou nas artes.
Quando é considerado altas habilidades?
Uma pessoa é considerada com altas habilidades ou superdotação quando apresenta um desempenho significativamente superior à média em uma ou mais áreas do conhecimento, criatividade, liderança ou nas artes. Esses indivíduos costumam demonstrar talentos excepcionais em campos como ciências, matemática, música, ou em habilidades psicomotoras. As características de superdotação podem ser identificadas desde cedo, especialmente em crianças que se destacam por sua rapidez no aprendizado, criatividade e facilidade para resolver problemas complexos.
Nas altas habilidades, as características incluem uma curiosidade insaciável, facilidade para fazer conexões entre diferentes temas, e, muitas vezes, a necessidade de maior estímulo intelectual. Esses sinais não são exclusivos do ambiente acadêmico, podendo se manifestar também em aspectos emocionais e sociais. Indivíduos com altas habilidades tendem a mostrar um pensamento crítico avançado e uma busca constante por desafios.
A superdotação é classificada em diferentes formas, como tipos de superdotação intelectual, criativa ou artística. Em cada caso, os critérios para ser considerado superdotado podem variar, mas a característica comum é o desempenho muito superior à média.
Como identificar uma pessoa com altas habilidades?
Identificar uma pessoa com altas habilidades envolve observar características específicas que se destacam em comparação com outros indivíduos da mesma faixa etária. Nas crianças com altas habilidades, as principais características incluem curiosidade acentuada, alta capacidade de concentração em temas de interesse, e facilidade em aprender novos conceitos de forma rápida e independente. Muitas vezes, essas crianças se mostram entediadas ou desmotivadas em ambientes de ensino tradicional, já que precisam de mais desafios para se sentirem estimuladas.
Entre as características de superdotação, pode-se observar uma habilidade notável para resolver problemas, criatividade acima do esperado, e grande interesse por áreas complexas, como ciências ou artes. Para identificar esses sinais, é importante que pais e educadores estejam atentos ao comportamento e às preferências da criança, e, em alguns casos, testes psicológicos e avaliações educacionais podem ser realizados para confirmar a superdotação.
Além disso, os tipos de superdotação variam de acordo com o talento da pessoa, podendo ser intelectual, criativo, artístico ou psicomotor, entre outros. Cada tipo demanda um tipo de avaliação específico e, muitas vezes, intervenções personalizadas para garantir que o potencial da pessoa seja devidamente desenvolvido.
O que é a teoria dos três anéis e sua relação com a superdotação
Dito pelo ChatGPT:
A teoria dos três anéis, desenvolvida pelo psicólogo educacional Joseph Renzulli, é um dos modelos mais influentes para entender a superdotação. Essa teoria propõe que a superdotação não se baseia apenas em um único fator, como a inteligência, mas na interação de três componentes principais: capacidade acima da média, envolvimento com a tarefa e criatividade.
Os três anéis da superdotação
Capacidade acima da média
Este componente refere-se à habilidade intelectual ou acadêmica que está significativamente acima da média. Segundo a teoria, os indivíduos com superdotação apresentam um desempenho intelectual elevado em comparação aos seus pares. Eles são capazes de resolver problemas complexos, aprender com rapidez e demonstrar um pensamento crítico avançado. No entanto, essa capacidade sozinha não caracteriza a superdotação.
Envolvimento com a tarefa
O envolvimento com a tarefa é a motivação, dedicação e persistência que o indivíduo demonstra ao trabalhar em uma atividade ou projeto. Indivíduos superdotados tendem a se envolver profundamente nas tarefas que lhes interessam, dedicando tempo e esforço para buscar soluções inovadoras ou aprimorar suas habilidades. Essa motivação interna é um fator crucial na expressão da superdotação.
Criatividade
A criatividade é o terceiro anel, caracterizada pela capacidade de pensar de maneira original, fazer conexões entre ideias aparentemente não relacionadas e propor soluções novas para problemas. Pessoas superdotadas demonstram criatividade tanto em termos de geração de novas ideias quanto na forma como enfrentam desafios, adaptando-se a situações inesperadas.
A relação da teoria dos três anéis com a superdotação
De acordo com a teoria dos três anéis, a superdotação é o resultado da interação desses três fatores. Ou seja, uma pessoa pode ter alta capacidade intelectual, mas sem a motivação ou criatividade, talvez não atinja seu pleno potencial. Da mesma forma, um indivíduo altamente criativo precisa ter envolvimento com a tarefa e capacidade intelectual para transformar suas ideias em realizações concretas.
Essa teoria enfatiza que a superdotação não deve ser definida apenas pelo desempenho acadêmico ou testes de QI, mas pela combinação de talentos, dedicação e criatividade. Isso significa que diferentes tipos de superdotação podem emergir, dependendo de como esses três componentes interagem. Por exemplo, uma pessoa com altas habilidades nas artes pode ter grande criatividade e envolvimento com a tarefa, mas uma capacidade intelectual específica ligada ao campo artístico.
Educação especial e altas habilidades
Crianças superdotadas também precisam de atendimento especializado, principalmente porque caso não o tenham, perdem o interesse pelas aulas e pelo estudo.
Por terem capacidade de compreensão acima da média, se sentem desmotivadas em aulas que não lhes apresentam desafios.
Por isso, sempre que identificada a condição, o aluno (ou alunos) deve receber esse atendimento. Muitos professores, inclusive, estimulam esses alunos fazendo a integração da turma e lhes dando responsabilidades como e de ajudar colegas em seu aprendizado.
No entanto, identificar alunos com AH/SD ainda é um desafio.
O desafio da educação inclusiva
De acordo com o MEC, “A proposta de atendimento educacional especializado para os alunos com altas habilidades/superdotação tem fundamento nos princípios filosóficos que embasam a educação inclusiva e como objetivo formar professores e profissionais da educação para a identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação, oportunizando a construção do processo de aprendizagem e ampliando o atendimento, com vistas ao pleno desenvolvimento das potencialidades desses alunos.”
Apesar disso, a inclusão ainda desafia educadores. Em parte, porque, conforme já dissemos, ainda se tem a percepção de que superdotação está ligada somente à genialidade ou a crianças prodígio.
No entanto, o cenário é bem diferente. Fica mais fácil de entender isso conhecendo as seis grandes divisões das altas habilidades e suas principais características. Veja a seguir.
Quais os tipos de altas habilidades e superdotação?
Os tipos de superdotação ou altas habilidades podem ser classificados em várias categorias, de acordo com as áreas em que o indivíduo demonstra um desempenho excepcional. Esses tipos ajudam a identificar as diferentes formas de superdotação e a adaptar as intervenções e o suporte educacional conforme as necessidades específicas de cada pessoa.
Os principais tipos de superdotação ou altas habilidades incluem:
1. Capacidade intelectual geral
Neste grupo se encaixam crianças e jovens com memória elevada, poder de observação excepcional, rapidez de pensamento e muita curiosidade intelectual.
2. Aptidão acadêmica específica
Este grupo engloba quem tem desempenho excepcional em uma ou mais disciplinas específicas, assim como grande motivação em estudá-las e alta pontuação em testes.
3. Capacidade de liderança
Influencia no grupo, facilidade para o relacionamento interpessoal, poder de persuasão, atitude de cooperação e capacidade de resolver situações complexas definem este tipo de alta habilidade.
4. Pensamento criativo
Imaginação, alta capacidade para resolver problemas, facilidade em perceber tópicos de forma inovadora e diferente e originalidade de pensamento são algumas das características que definem as crianças e jovens com superdotação que se encaixam neste grupo.
5. Capacidade psicomotora
Grande destaque em esportes e atividades físicas definem quem se encaixa neste grupo. Essas crianças e jovens apresentam desempenho superior nessas atividades, assim como força, resistência, velocidade, coordenação motora fina e grossa e agilidade de movimentos.
6. Talento especial para artes
Sensibilidade a ritmos musicais e alto desempenho na música ou em artes cênicas, literárias e plásticas são alguns pontos que identificam altas habilidades em artes. Quem se encaixa neste perfil tem muita facilidade para expressas ideias visualmente.
Agora que você sabe que nas altas habilidades, as características podem variar bastante de uma pessoa a outra, conheça e entenda a diferença entre terminologias que definem pessoas consideras prodígio, gênios e superdotadas.
Os gênios da humanidade
Você certamente já ouviu a expressão “gênios da humanidade”. Há, inclusive, lista de nomes de pessoas que ganharam esse título.
“Gênio” é uma palavra frequentemente atribuída a quem é muito inteligente ou se destaca fortemente em algum campo.
Quem cunhou esse termo foi o psicólogo americano Lewis Terman, em seu livro Genetic Studies of Genius, em tradução livre “Estudo Genéticos dos Gênios”. Publicado em 1926, o livro trazia a informação de que gênio era qualquer criança com QI superior a 140 (de acordo com o teste Stanford-Binet).
No entanto, estudiosos e pesquisadores contemporâneos deram uma nova definição e atribuem a definição de “gênio” a quem contribui com grandes feitos para a humanidade, daí a expressão “gênios da humanidade”.
Alguns desses são: Nikolas Tesla, Leonardo da Vinci, Stephen Hawkins, Tim Berners-Lee e outros.
Criança precoce
A definição de precoce é utilizada a toda criança que desenvolve prematuramente alguma habilidade específica. Quem tem superdotação é precoce, já que as altas habilidades se desenvolvem nos primeiros anos de vida. No entanto, nem todo precoce se tornará uma criança superdotada. Em crianças com altas habilidades, as características aparecem cedo e vários fatores em seu desenvolvimento influenciarão nisso.
Criança prodígio
“Prodígio” define a criança que apresente precocemente um alto desempenho em alguma habilidade se comparado ao nível profissional de um adulto.
A síndrome de savant é uma alta habilidade?
A síndrome de savant é um distúrbio psíquico raro. A criança ou jovem com a síndrome apresenta extraordinárias habilidades intelectuais, também chamadas de “ilhas de genialidades”. Entretanto, não é considerada uma alta habilidade.
É algo como fazer qualquer tipo de conta, mesmo as mais complexas, sem precisar de calculadora. No entanto, essas pessoas costumam ter pouca compreensão do que fazem. A pessoa que calcula, por exemplo, pode não saber nada de matemática.
Uma das características do savantismo é que o excesso de habilidade em algo vem acompanhado de limitações, inclusive intelectuais. A síndrome de savant também está ligada ao autismo, já que uma em cada dez pessoas dentro do TEA (transtorno do espectro autista) tem habilidades excepcionais em diferentes graus.
6 dicas de atividades para trabalhar com alunos com altas habilidades
Onde estudar e saber mais sobre altas habilidades
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